A maior ameaça à cacauicultura nacional, na classificação do Ministério da Agricultura, avança pelos países vizinhos ao Brasil e tem “alto risco” de infectar a produção brasileira do fruto.
É a monilíase do cacau, doença considerada mais devastadora do que a vassoura-de-bruxa e que avança a uma média de 100 quilômetros por ano.
O ministério, no entanto, não tem dados exatos sobre a distância a que a monilíase se encontra da fronteira brasileira. “O risco de entrada da doença é alto,principalmente pela região Norte. Por isso, estamos desenvolvendo planos de contingência, monitorando as fronteiras e preparando os produtores para cuidar de possíveis infecções”, explica Odilson Ribeiro e Silva, diretor do departamento de sanidade vegetal do Ministério da Agricultura.
A doença já está instalada fortemente no Peru (mais de 80% das plantações de cacau estão infectadas) e, em menor quantidade, na Colômbia e na Venezuela, todos eles vizinhos do Brasil. Outros países latino-americanos que não fazem fronteira e possuem forte incidência da monilíase são Equador, México, Costa Rica, Panamá, Nicarágua e Honduras.
Sintomas - A monilíase tem traços semelhantes à vassoura-de-bruxa: ambas são causadas por fungos e apresentam, no estágio inicial, lesões escuras na superfície do fruto, que depois evoluem para manchas esbranquiçadas e deixam o cacau ressecado, duro e pesado. Para ser identificada com exatidão, é necessário fazer um corte na superfície do fruto e aguardar cerca de três dias, quando o fungo causador sairá através do corte e, então, será possível ser analisado em laboratório.